sexta-feira, 12 de março de 2010

Sandálias

E as sandálias que calçam
Os pés anteriormente descalços
São velhas ou novas,
Tanto faz o seu olhar
Se é o seu andar que
Modifica rotas e destinos,
Traceja caminhos embalados
Pela escuridão da estrada
De terra.
Poeira no ar, vento no rosto,
Cabelos ao vento, corpo ao sol
E o traçado é o mesmo,
Em busca d’água,
Oásis de emoção.
As lágrimas rolam espontaneamente
Nem se sabe porquê,
Apenas sente-se o sal
Temperando os olhos e o suor
Transbordando pelos poros.
E mesmo quando a noite vem
Não há parada nem descanso,
Não há tempo para vida
Só a jornada existe e dribla o sono
Com o canto da alma, interior e natural
Que não passa de lamentação com melodia
Mas quase soa como uma canção de ninar!


Mariana Rosell

Nenhum comentário: